לֹֽא־תִקֹּ֤ם וְלֹֽא־תִטֹּר֙ אֶת־בְּנֵ֣י עַמֶּ֔ךָ וְאָֽהַבְתָּ֥ לְרֵעֲךָ֖ כָּמ֑וֹךָ אֲנִ֖י ה'׃
(ויקרא כה, לו) וחי אחיך עמך אהדר ליה כי היכי דניחי ורבי יוחנן האי וחי אחיך עמך מאי עביד ליה מבעי ליה לכדתניא שנים שהיו מהלכין בדרך וביד אחד מהן קיתון של מים אם שותין שניהם מתים ואם שותה אחד מהן מגיע לישוב דרש בן פטורא מוטב שישתו שניהם וימותו ואל יראה אחד מהם במיתתו של חבירו עד שבא ר' עקיבא ולימד וחי אחיך עמך חייך קודמים לחיי חבירך
“And your brother shall live with you” (Leviticus 25:36), from which it is derived: Return the interest to him so that he may live. The Gemara asks: And Rabbi Yoḥanan, what does he do with this verse: “And your brother shall live with you”? The Gemara answers: He requires the verse for that which is taught in a baraita: If two people were walking on a desolate path and there was a jug [kiton] of water in the possession of one of them, and the situation was such that if both drink from the jug, both will die, as there is not enough water, but if only one of them drinks, he will reach a settled area, there is a dispute as to the halakha. Ben Petora taught: It is preferable that both of them drink and die, and let neither one of them see the death of the other. This was the accepted opinion until Rabbi Akiva came and taught that the verse states: “And your brother shall live with you,” indicating that your life takes precedence over the life of the other.
Achad HaAm, pensador Judeo do século XIX
“Ben Petura, o altruísta, não valoriza a vida humana por si só; para ele, é melhor que duas vidas pereçam quando a morte requer não mais que uma, apenas para fazer prevalecer o altruísmo. Mas a moralidade judaica olha a questão de frente e objetivamente. Todo ato que leva à perda da vida é vil por natureza, mesmo que se originando nos mais puros sentimentos de amor e compaixão e mesmo que a vítima seja ela mesma o agente. No caso diante de nós, quando é possível salvar uma das duas vidas, é uma obrigação moral ultrapassar os sentimentos de compaixão e salvar o que pode ser salvo. Mas salvar quem? A justiça responde: Que se salve aquele que tem os meios para salvar a si mesmo! A vida de cada ser humano é confiada à sua salvaguarda, e cumprir com esta incumbência é uma obrigação mais imprescindível do que a de preservar a vida de seu vizinho.”
Excerpt From: Nilton Bonder. “A Cabala da inveja.”
Louis Jacobs (1920 - 2006, London) - Atuar Libnim MiShurat HaDin
“Mesmo que a opinião do Rabi Akiva seja adotada, não deve ser interpretada apenas como se ensinasse que não há uma obrigação moral para que ambos morram, se um pode beber a água e sobreviver. Significa, de maneira simplificada, que aquele que tem a posse da água pode bebê-la, mas isto é muito diferente do que disse Achad Ha-Am em relação à questão, ou seja, que “cumprir a incumbência [de salvaguardar sua vida] é uma obrigação mais próxima do que preservar a vida de seu vizinho”. A questão é que simplesmente não existe nenhuma obrigação de se dar a água ao outro, pois, neste caso, o outro deveria devolvê-la! O Rabi Akiva concordaria, no entanto, que, se o homem que tem a posse da água quisesse dá-la a seu companheiro, esta seria uma atitude muito especial de piedade... Ben Petura também não faria nenhuma objeção a que um dos envolvidos passasse ao outro a água para que sobrevivesse. O debate entre o Rabi Akiva e Ben Petura concerne apenas à situação em que ambos querem beber da água; neste caso, Akiva argumenta que seria errado que ambos perecessem, se um pode ser salvo... Porém, o outro, pois, neste caso, o outro deveria devolvê-la! O Rabi Akiva concordaria, no entanto, que, se o homem que tem a posse da água quisesse dá-la a seu companheiro, esta seria uma atitude muito especial de piedade..., o raro indivíduo que num momento de tremenda crise pode elevar-se a ponto de dar sua vida pela de seu próximo... é considerado um justo, e seria como tal reconhecido pelo judaísmo.”
Excerpt From: Nilton Bonder. “A Cabala da inveja.”
הַעִידֹ֨תִי בָכֶ֣ם הַיּוֹם֮ אֶת־הַשָּׁמַ֣יִם וְאֶת־הָאָרֶץ֒ הַחַיִּ֤ים וְהַמָּ֙וֶת֙ נָתַ֣תִּי לְפָנֶ֔יךָ הַבְּרָכָ֖ה וְהַקְּלָלָ֑ה וּבָֽחַרְתָּ֙ בַּֽחַיִּ֔ים לְמַ֥עַן תִּחְיֶ֖ה אַתָּ֥ה וְזַרְעֶֽךָ׃
3 casos especiais - ייהרג ואל יעבור
“O Talmude, por exemplo, é claro e categórico na seguinte situação: se você é mandado matar uma pessoa sob pena de perder sua própria vida no caso da não execução desta tarefa, deve assumir o custo da própria vida e não cumprir a ordem”
Excerpt From: Nilton Bonder. “A Cabala da inveja.”
ייהרג ואל יעבור
Derramamento de sangue
Vínculos íntimos proibidos (incesto)
Idolatria
וּשְׁפִיכוּת דָּמִים גּוּפֵיהּ מְנָלַן? סְבָרָא הוּא: כִּי הָהוּא דַּאֲתָא לְקַמֵּיהּ דְּרָבָא, אֲמַר לֵיהּ: מָרֵי דּוּרַאי אֲמַר לִי: זִיל קַטְלֵיהּ לִפְלָנְיָא, וְאִי לָא — קָטְלִינָא לָךְ. אֲמַר לֵיהּ: לִיקְטְלוּךְ וְלָא תִּיקְטוֹל, מַאי חָזֵית דִּדְמָא דִידָךְ סוּמָּק טְפֵי? דִּילְמָא דְּמָא דְּהָהוּא גַּבְרָא סוּמָּק טְפֵי.
The Gemara asks: And from where do we derive this halakha with regard to murder itself? The Gemara answers: It is based on logical reasoning that one life is not preferable to another. The Gemara relates an incident to demonstrate this: This is similar to a certain man who came before Rava and said to him: A local official said to me: Go kill so-and-so, and if not I will kill you. Rava said to him: It is preferable that he should kill you and you should not kill. What did you think, that your blood is redder and more precious than his? Perhaps that man’s blood is redder. Apparently, one may not save his own life by taking someone else’s.
בְּשָׁעָה שֶׁהוֹצִיאוּ אֶת רַבִּי עֲקִיבָא לַהֲרִיגָה זְמַן קְרִיאַת שְׁמַע הָיָה, וְהָיוּ סוֹרְקִים אֶת בְּשָׂרוֹ בְּמַסְרְקוֹת שֶׁל בַּרְזֶל, וְהָיָה מְקַבֵּל עָלָיו עוֹל מַלְכוּת שָׁמַיִם. אָמְרוּ לוֹ תַּלְמִידָיו: רַבֵּינוּ, עַד כָּאן?! אָמַר לָהֶם: כׇּל יָמַי הָיִיתִי מִצְטַעֵר עַל פָּסוּק זֶה ״בְּכָל נַפְשְׁךָ״ אֲפִילּוּ נוֹטֵל אֶת נִשְׁמָתְךָ. אָמַרְתִּי: מָתַי יָבֹא לְיָדִי וַאֲקַיְּימֶנּוּ, וְעַכְשָׁיו שֶׁבָּא לְיָדִי, לֹא אֲקַיְּימֶנּוּ? הָיָה מַאֲרִיךְ בְּ״אֶחָד״, עַד שֶׁיָּצְתָה נִשְׁמָתוֹ בְּ״אֶחָד״. יָצְתָה בַּת קוֹל וְאָמְרָה: ״אַשְׁרֶיךָ רַבִּי עֲקִיבָא שֶׁיָּצְאָה נִשְׁמָתְךָ בְּאֶחָד״.